Para entendermos a educação maker, é fundamental contextualizar sua origem. Ela surgiu do Movimento Maker, baseado no “faça você mesmo” e na inovação tecnológica. Hoje, essa abordagem incentiva os alunos a serem criadores e solucionadores de problemas, preparando-os para os desafios atuais.
“Maker” é uma palavra em inglês que significa criador, fazedor, ou realizador. Quando nos referimos a alguém como maker, estamos destacando sua capacidade de colocar a mão na massa para criar ou construir algo, seja o que precisa ou o que idealiza.
Por que passamos a chamar as pessoas, especialmente os educadores, de Makers?
O termo começou a ser usado para descrever pessoas que adotam uma abordagem prática e inovadora na resolução de problemas, explorando tecnologias, ferramentas e criatividade para transformar ideias em realidade. No contexto educacional, educadores makers incentivam seus alunos a aprender através da experimentação e da construção, tornando o processo de aprendizado mais dinâmico e envolvente.
O Movimento Maker surgiu das filosofias “Do-It-Yourself” (faça você mesmo) e “Do-It-Together” (façamos juntos), que incentivavam as pessoas a realizar pequenos reparos, construções e criações por conta própria ou em colaboração.
A essência desse movimento é a autonomia e a criatividade para resolver problemas e desenvolver projetos, seja individualmente ou em grupo.
Esse movimento foi impulsionado ao longo dos anos pelo crescente acesso a novas tecnologias, como impressoras 3D, cortadoras a laser e kits de eletrônica, que se tornaram mais acessíveis e democratizaram a capacidade de fabricar e inventar.
Com o tempo, o Movimento Maker não só expandiu o número de adeptos, como também ajudou a consolidar a chamada Cultura Maker.
A Cultura Maker é a evolução do espírito “Faça Você Mesmo”, com foco na inovação e na aplicação prática do conhecimento. Hoje, com as ferramentas certas e o conhecimento adequado, qualquer pessoa pode desenvolver suas próprias soluções para desafios cotidianos, seja consertando um objeto, construindo dispositivos eletrônicos ou criando algo completamente novo.
Mais do que apenas um movimento de criação, a Cultura Maker está fortemente ligada a temas contemporâneos como:
A Cultura Maker fomenta o desenvolvimento de novas ideias e tecnologias, permitindo que indivíduos experimentem, testem e implementem soluções de forma ágil.
O aprendizado prático, através da construção e experimentação, é um dos pilares da Cultura Maker. Ambientes como makerspaces têm se mostrado eficazes em estimular o pensamento crítico e criativo, além de fortalecer habilidades técnicas e colaborativas.
O movimento também promove a reutilização de materiais e a criação de soluções que respeitem o meio ambiente, incentivando práticas sustentáveis e a redução de desperdícios.
O uso de ferramentas como impressoras 3D, cortadoras a laser, kits de robótica e softwares de design facilita o processo criativo, permitindo que pessoas sem formação técnica específica possam criar e prototipar de forma mais acessível.
A Cultura Maker também tem se mostrado um terreno fértil para o surgimento de novos negócios e startups, com indivíduos transformando suas ideias e invenções em produtos e serviços inovadores.
O impacto da Cultura Maker vai além da criação de objetos físicos. Ela fomenta uma mentalidade de solução de problemas, onde a experimentação e a colaboração se tornam ferramentas-chave para promover mudanças.
Ao conectar pessoas ao redor do mundo, a Cultura Maker fortalece a ideia de que todos podem ser criadores, não apenas consumidores, moldando um futuro em que a criatividade e a inovação estão ao alcance de todos.
A educação maker é uma abordagem inovadora de ensino e aprendizagem que responde às demandas reais e urgentes do mundo moderno. Mais do que apenas o uso de ferramentas e tecnologia, a educação maker foca em mentalidades, abordagens e pessoas, capacitando os alunos a serem criadores ativos no processo de aprendizado.
Fundamentos Teóricos da Educação Maker
A educação maker está profundamente enraizada nas teorias de grandes educadores como:
Jean Piaget (Construtivismo): Piaget defendia que o conhecimento é construído a partir da interação entre o indivíduo e o ambiente, enfatizando a importância de aprender fazendo.
Seymour Papert (Construcionismo): Papert, discípulo de Piaget, ampliou essa ideia ao criar o conceito de construcionismo, que sugere que as pessoas aprendem melhor quando estão ativamente envolvidas na criação de algo tangível, como um projeto ou objeto.
Mitchel Resnick (Aprendizagem Criativa): Resnick é um dos maiores defensores da educação maker e criador da plataforma Scratch. Ele defende que a aprendizagem deve ser baseada em experiências criativas e colaborativas, semelhantes ao ambiente de um jardim de infância.
A partir dessas teorias, a educação maker promove um ambiente de aprendizagem prática, onde o aluno se envolve diretamente no processo de criação e construção.
Fontes consultadas para a página:
ANDERSON, Chris. Maker: A nova revolução industrial. São Paulo, SP: Elsevier Editora, 2012.
DOUGHERTY, D. The Maker Movement. Innovations: Technology, Governance, Globalization v. 7, n. 3, p. 11 – 14, 2012.
EYCHENNE, F; NEVES, H. Fab Labs: A Vanguarda da Nova Revolução Industrial. São Paulo: Editorial Fab Labs Brasil, 2013.
PAPERT, Seymour. A Máquina das Crianças: Repensando a Escola na Era da Computação. Porto Alegre: Artmed, 1994.
PIAGET, Jean. A Construção do Real na Criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.
RESNICK, Mitchel. Jardim de Infância para a Vida Toda. São Paulo: Penso, 2018.
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